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Pesca de Profundidade em Albufeira (parte III)

Texto: José Luis Costa
Fotos: Autor e Arquivo

Já tinha saudades… é verdade meus amigos, faz agora um ano que não me aventurava pelos mares de fora, na fundura como nós costumamos dizer, com este tempo instável e persistente em nos soprar ventos “africanos” nem sempre aparece oportunidade em pescar mais fundo na procura de peixe mais graúdo e adulto, enfim aqueles “malandros” que todos nós procuramos nas nossas jornadas de pesca, mas, que nem sempre encontramos, pois se a alguma coisa que não tem dois dias iguais, é a pesca de alto mar.


Como a previsão era de calmaria para o fim de semana combinei com três amigos de longa data fazer uma pescaria na profundidade, conforme combinado previamente, 5:30 da manha lá nos encontramos e rumamos à marina de Albufeira sem antes fazer uma breve paragem na estação de serviço para um cafezinho com dois dedos de conversa.

Com as explorações que fiz nalguns pesqueiros o ano passado e ainda na memória as boas pescarias que realizamos a expectativa era muita, na noite anterior fiz um pequeno trabalho de casa, uma montagem de dois anzóis ao exemplo do ano anterior para trabalhar com iscadas de sardinha e camarão.

Chegados ao local a sonda acusou uns peixes no pesqueiro, ferro ao fundo e as condições estavam reunidas para iniciar o dia de pesca, iscadas para baixo e… começamos logo a sentir uns toques, << temos vida lá embaixo… >>>>, comentei eu, nisto começam eles a entrar nos nossos anzóis, Besugos XXL, Gorazes e Choupas Grandes; a pescaria estava animada e assim continuou até ao meio da manha, por essa altura a ligeira brisa que se sentia de norte parou, bom… a calmaria instalou-se o calor tornou-se quase ao ponto de insuportável, nisto o barco roda saindo de cima do ponto ideal, fazendo com que os toques nas nossas ponteiras também abrandassem, isco um naco generoso de sardinha e ao chegar lá abaixo sinto um toque, ao tentar ferrar o peixe sinto que ele se ferrou, mas, para logo a seguir largar o anzol, <<caneco… filha da mãe teve um peixe bom, mas o gajo desferrou…>>, comentei eu, abri a alça do carreto e deixo assentar no fundo novamente, espero alguns segundos e tenho nova investida, desta vez o “malandro” ficou ferrado e começo a trabalhar o peixe que mostrava força, tentando levar a minha cana para dentro de água, mas teve azar!!! Desta vez ganhei eu a luta e ao chegar à tona de água lá o conduzi ao chalavar que prontamente o meu amigo Monteiro segurava… <<este já cá canta…>>, comentávamos nós, ainda bem, pois era essa a nossa intenção quando rumamos a este pesqueiro, com a adrenalina ainda no sangue, isco novamente os anzóis e assim que chega lá abaixo pouco tempo levou para que o irmão do pargo que tinha acabado de colocar a bordo também investisse, mas agora ainda com mais valentia, <<olha… olha… aqui está outro!!!>>, eles estão ai!!!! Dizia o pessoal no meio de alguns piropos habituais… mais algum trabalho e já com o bracinho a deitar fogo, lá consigo trazer mais um menino para bordo, a alegria era geral, mas foi de pouca dura, pois o peixe deixou de comer e chegou a nossa vez de nos abrigarmo-nos do sol escaldante e saborear o nosso belo repasto, pois nós também merecemos.

Após o almoço lá começamos novamente a faina, ia saindo mais uns besugos cabeçudos uns dentões, quando sinto uma cabeçada que se seguiu de uma breve investida a qual me cortou a linha, <<era outro… e lixou-me a linha… fonix>>, azar… nem sempre podemos ganhar, não demorou muito e o meu amigo Martins que estava nas minhas costas começa a pedir o xalavar, eu até estranhei pois não reparei que ele estava a trabalhar mais um cabeçudo, que mais uma vez nos brindou com a sua visita a bordo, a pescaria ficou bem composta e mais uma vez o entusiasmo instalou-se entre nós, ainda tive mais um primo que novamente me arrebentou a linha e não me dá hipótese, porra que quando eles aparecem é mesmo à bruta, desta vez foi um 0.45… fonix!!!!!! Enfim, não podem vir todos para cima e até ao fim ainda fomos pescando mais uns quantos peixes até que se fez hora de voltar á marina e dar por encerrado o dia com a arrumação e limpeza do barco.

Grande dia de pesca na companhia de três bons amigos e certamente um dia para recordar mais tarde.

Ferro ao fundo, e peixes bons para todos.

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